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terça-feira, 27 de julho de 2010

eu queria ser o sol em você

["nunca me deram amor e eu não sei o quanto valho; nunca te deram amor e isso eu sei o quanto vale..." Supercombo fazendo muito sentido ultimamente]

Quem me conhece sabe que estou mais quieta do que o costume. Parece que é como se o peso das coisas que não me satisfazem tivesse caído sobre os meus ombros de uma vez, fazendo com que me sentisse a mais inútil das mortais, aquela que não tem capacidade de fazer alguém que me ama um pouco mais feliz, mais completo. Então eu abri mão de significados e me voltei pra dentro. Não tenho assunto, não enquanto essa sensação permanecer. Eu me esforcei demais pra manter essa sustentação mas quando percebi, o meu castelo de cartas havia desmoronado, com apenas meia dúzia de frases. Se eu não fui capaz de preencher o vazio existencial de alguém não vou me esforçar tanto em vão, porque o outro não se permite ser tocado. Eu não gosto de frio, nem pessoas frias, nem corações de pedra. O orgulho é uma faca de dois gumes, faz mal e mata um pouco o outro e a si mesmo só pelo conforto de não ter que encarar certas situações de frente, e o preço que se paga por se sentir um pouco mais confortável talvez seja alto demais. Melhor cuidar e cultivar o amor, enquanto há tempo (pra mim).

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Por favor, não se esforce tanto pra dizer adeus.
"Você vai me abandonar e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto."
Caio F.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

caixa de música

[We're just two lost souls,swimming in a fish bowl, year after year, Running over the same old ground. What have we found? The same old fears... wish you were here...]

Aliás me pego ouvindo aquelas músicas antigas, algumas que eu nunca nem havia ouvido até você me mostrar, e me deixo levar por uma nostalgia gostosa e fico imaginando fatos que não ocorreram, futurando acontecimentos. Tenho todas as músicas guardadas ainda sabia? Quem dera que fosse numa caixa para que eu a transformasse numa caixa de músicas exclusiva... mas pelo menos a pasta que elas estão temo seu nome.
Ocasionalmente as ouço e eu descobri que me sinto muito viva ainda. Mas às vezes é como se eu tivesse parada no tempo, porque abrir mão de evoluir e parar, quem sabe eu teria a chance de esbarrar com você de novo... deve ter algo forte que ainda me mantem esperando, só não sei o quê. Um dia descubro.

 
Penso em você com força e carinho, um beijo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

até parar de bater

Eu entendo que não quisesse que eu gostasse de você dessa forma tão intensa. Eu assumo as consequências porém a culpa não foi só minha. Quem mandou ser assim tão irresístivel? Mas tudo bem, eu vou me controlar se toda intensidade te assusta. Não são todos que conseguem lidar com as próprias urgências, quem dirá com as urgências alheias. Eu vou ficar bem quieta, no meu lugar. Mas o meu furacão não vai descansar, você só não verá quando ele estiver no ápice. Afinal, o epicentro é você.
E espero que se um dia encontrar alguém que faça seu coração bater tão forte até parecer taquicardia, ela te faça tão bem quanto tudo o que ainda tenho guardado pra você. Espero que ela te ligue no meio do show da banda que você gosta, durante sua música preferida, só pra você poder ouvir; e que quando vocês dormirem juntos, que ela acorde mais cedo só pra te observar dormir lindo; e que decore todos os seus traços com as pontas dos dedos; e que deite no seu peito só pra ouvir o som do seu coração e transformá-lo em canção para quando estiver sozinha; e que ela te surpreenda e ore por você todos os dias, e te espere na porta do prédio que você trabalha no frio de 12º; e que seus copos de chocolate quente combinem. 
E eu te quero tanto, tanto ainda e eu nem sei me expressar. Talvez eu tenha usado o inverso do meu sentimento por você, e demonstrado tudo da maneira errada. E não venha me falar que a vida é assim. A gente que deixa a vida assim por covardia de enfrentar, por medo de cair, por medo de ser descoberto no íntimo. Estou me despindo de qualquer armadura, de qualquer pudor. E assumo: eu quero mesmo você, não gosto de pensar você nos braços de outro alguém. Porque como canta aquela música velha conhecida nossa, 'a verdade meu amor a triste verdade é que não existe saudade nos braços de outro alguém' e eu abri mão de evoluir só porque ficar parada é esbarrar em você novamente. Você é o errado que deu certo pra mim e agora não enxergo outra vida em que você não esteja, um eu sem você. Talvez eu esteja fazendo tudo errado mesmo. 
E se for eu quem tiver com outro, vou ver seu rosto, vou lembrar do seu jeito, vou lembrar da sua respiração, vou desenhar seus traços, porque é assim hoje. Eu corro o mundo, eu abraço braços tão carentes quanto os meus, mas quando fecho os olhos é você quem eu vejo; quando esfrego as mãos é seu calor que sinto; quando ouço meu silêncio é seu coração taquicardíaco que ouço, batendo no mesmo ritmo que o meu. Perto de você os outros são só os outros, agora longe tudo é muito mais ameaçador do que realmente é. Eu corro e fujo, e disfarço o fato que está estampando na minha cara, mas a verdade é que não desejo outra coisa que não seja dormir e acordar e te ter como uma certeza, um ponto de paz e luz bem no meio do caos. Quero te mostrar tudo o que ainda tenho guardado pra ti, quero todas as oportunidades, quero ser a única, a exceção. Enquanto há tempo, enquanto há ar pra respirar.