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sábado, 26 de dezembro de 2009

Aos leitores,

Eu não mereço a atenção de vocês. Eu sou menina idiota que ri sozinha e tenta disfarçar a solidão insistente. Quem sabe com a clareada no quarto, clareio assim minhas idéias e volto a respirar. Não tenho mais criatividade porque só sei falar dos mesmo temas e personagens. Quem sabe quando eu me redescobrir consigo mudar o enredo e assim a trama toda, trocando o protagonista. Quem sabe destruo tudo, ou o faço tornar um best seller. Coragem não me faltará.
Acho que este ano já deu o que tinha que dar. Vivi muito, senti demais, e está tudo registrado não apenas com estes caracteres que insisto em deixar mas como tatuagens mentais na minha memória, e daí  meu camarada ninguém pode apagar. 
Tenho disfarçado pra dentro muitas coisas, inclusive a escrita. Repetições com outras palavras na tentativa de me plagiar variando o mesmo tema. Confuso né?
Entre coisas boas e ruins, se anulam, meu saldo ainda é positivo, embora nesse instante me encontre num momento triste. Quem sabe com essa doce ilusão de ano novo vida nova, as palavras voltem a me visitar como as borboletas que tanto sinto falta. 


Até 2010, ou qualquer dia na minha vida com esse tempo humano tão limitado.
Eu quero mesmo é Kairós.


Com carinho, 
Letícia S. Carvalho

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Christmas day

Então é assim, passou o dia e eu pensei demais por esse tempo todo. Se eu pudesse te dizer que sua confusão me afeta e confunde também, e o quanto sinto fazer parte desse desconserto. Se eu pudesse me teletransportar e deitar contigo, falar tudo o que eu anseio e olhar pro seu rosto e decorar cada traço... seria meu lindo e divino presente de natal. Eu deveria mesmo era abandonar essa doce ilusão que me envolve e partir, com o coração partido, mas há algo que me prende. Algo sempre fica a se dizer e eu não tenho mais voz. Corra pra cá, não perca essa hora. Pra quem tem todo o tempo do mundo, de repente é como se tudo tivesse escapando rápido demais por entre os dedos. Se eu não fui clara, eu te quero bem demais, bem aqui ou bem ai contanto que eu esteja pra dormir com você, entendeu agora?

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Christmas night

Então estou aqui, sozinha no escuro ouvindo alguém gritar que desenhou seu rosto atrás dos olhos, e lutando contra uma bad insistente, alternando entre estados de esperança e profundo desespero. Às vezes sinto que minha vida está toda errada, de ponta cabeça. Eu gosto da pessoa errada e sofro por me importar tanto. Quero um monte de coisa mas me importo tanto em não desagradar meus pais que acabo deixando de lado. 
É Natal e o que eu queria era poder passar em família e com alegria, com alguém que se importasse comigo. Detesto distância, detesto não poder abraçar todo dia.
Acabou que todo o medo que eu tinha durante o ano, se concretizou hoje, tanto que eu gostava de ficar só, foi tudo o que me restou. Hoje.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Rima rica, rima pobre

Quando me dei conta, já vivia em um mundo diferente, realidade paralela com muito mais cenas imaginadas vividas intensamente. Nostalgia gostosa de se sentir, saudade forte que nunca abandona, lembranças vivas, pedaços de ontem que me fazem escrever hoje.
Aah vamos acordar amigos e vizinhos de tanto rir porque hoje as estrelas de nossas vidas vão se reencontrar e eu te amo, não esqueça da minha parte que ficou com você.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Blue Sky

Não é sobre amor, não é sobre algo que possa se dar nome exato.
É tão abstrato quanto, e mora num lugar que poucos conseguem chegar.
Eu falo sobre saudade com propriedade e o quanto ela me afeta, porque o que sinto é de verdade e as consequências tornam-se físicas. Minhas lembranças são vivas, adquirem formas, andam do meu lado, dormem comigo. É como se fosse um pacto velado de paz. Mas elas não sabem que não me deixam nada em paz e eu fico calada, me permito sentir essa falta de calma. É uma nostalgia dolorosa, ms muito gostosa. E se hoje há saudade é porque um dia marcou.
Eu queria poder te explicar mas as palavras me escapam. Desculpe se deixo impressões demais.

Dias

Vinte e um de dezembro de dois mil e oito, trezentos e sessenta e cinco dias desde então. 
Pra quem sabe o valor de um vida ser mudada, eu comemoro. Eu achei que seria só mais uma estação, mas olha eu aqui, novamente sentada a escrever as memórias que eu não faço questão de esquecer. 
Essa noite eu tive um sonho bobo e sem sentido, eu ouvia aqueles riffs distorcidos e os tum-tum-pá de uma bateria que ritmava os corpos insanos a se balançar ao som de versos encorajadores. Até havia me esquecido do sonho ao acordar. 
Mas eis que deitada ainda pouco em minha cama com as lembranças, lembro do "com você não vou ter medo". O sonho. Então tinha um significado. Boa memória é um dos meus defeitos. Um ano.
Hoje completa um ano desde aquele show do Dance. Show que eu não sabia muito bem porque estava indo, só sabia que precisava de algum alcool pra desbaratinar um pouco. Sabia que te encontraria, mas não queria dizer muita coisa. Te vi na porta, não sabia porque tremia. Meu coração bombeava mais sangue do que o normal, eu senti. Até dispensei uns dois, porque queria te observar de longe. Eu lembro de todos os detalhes, da cor da camisa, da textura da pele. E aquele abraço, aquele calor. A despedida. Se eu pudesse seria naquele dia que eu teria parado o tempo de vez, momento em que teria você pra sempre, e não teria que escrever e fechar o olho pra recordar. Os prédios ecoavam, e me perguntavam onde estava minha mente. Desde então foram muitas as maneiras de te falar do meu maior clichê até então. Eletric feel, com você não vou ter medo, where is my mind, whereee. 
Eu fico inventando desculpas para te lembrar, quando na verdade eu nunca te esqueço. Que a gente viva pra sempre, antes de descobrir que não temos mais tempo. 
Eternizo.




We're just two lost souls, swimming in a fish bowl, year after year..
Running over the same old ground. What have we found? The same old fears...
...wish you were here.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Sinto

Eu tenho uma péssima mania de intensidade. Tudo o que faço tem que ser intenso, tem que ter vida, senão não sou eu, senão não estou viva.
E também tenho mania de querer demais. Quando quero, quero muito, quero tudo e quero pra já.
Preciso aprender a querer menos, mas é que o pouco não me contenta e eu gosto mesmo é de exclusividade.
Eu gosto daquelas coisas simples, dirigidas a mim, preocupadas em me contentar. Porque quando me entrego, me entrego por inteira, e não pela metade. Porque quando sou, sou inteira por alguém. Porque quando me dôo é pra fazer o outro feliz. E eu me esforço pra ser a melhor, e ser inesquecível. Eu não quero que me escondam nada, e não acho que isso seja errado. Por isso quero que seja recíproco.
Se não quer saber de mim me fale.
Eu já quebrei meu coração mil vezes, e em todas achei que não conseguiria me recuperar. Morri algumas vezes também, confesso.
Não creio que seja egoísmo da minha parte querer um pouco mais de sinceridade das pessoas, um pouco de atenção dirigida a mim.
Afinal quantas vezes um coração pode ser quebrado e mesmo assim continuar a bater?
E agora ele bate, bate tanto que parece querer irrigar sangue pra todas as partes do corpo com tamanha urgência como se tudo fosse ficar seco de novo. Mas eu sei que não ficará. Meus pulmões respiram ar novo e eu gosto tanto dessa sensação, dessas cócegas no estômago.
A dormência passou, a letargia me abandonou. Respiro aliviada e não dói mais cada piscar de olho. Eu havia escritor cento e cinquenta e um versos tristes, todos com nomes e endereços corretos, até eu rasgá-los. Não é que eu tenho esquecido as cicatrizes, mas mudei os móveis de lugar e eu não sei guardar rancor. A mudança é a lei da vida, não é o que dizem?
Não quero mais me perder de mim, não quero perder essa sensação boa. Por favor.
Eu quero o céu pra mim pra sempre, eu quero minha estrela de boa noite. Beijo uma estrela só pra ela te fazer sorrir, porque eu sei que você vai olhá-la. Quem sabe assim veja a mim, refletida.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Quer saber mesmo? Eu quero é que se foda.
Vou viver e causar o maior estrago possível.
Queria poder me teletransportar agora pro seu lado te abraçar forte e dizer o quanto você me faz bem e como eu gostaria de segurar sua mão pra sempre, te acalmar na hora da raiva e te fazer sorrir na hora do desânimo.
 
Alguém diz pra saudade que ela me maltrata?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Descubro

A verdade é que não existe envolvimento sem apego.
Precisamos desesperadamente ser salvos.
Há quem morra de amor; bebe e respira, exala pelos poros, deixa o cheiro no rastro. E também os que passam a vida sem encontrá-lo, só conheceu por ouvir falar.
E há os que estão no meio, como eu.
A urgência de ser salva pelos caminhos incompreensíveis desse sentimento me toma.
Meu coração se cansou de superficialidade. Quero tomar à boca um copo cheio da pura essência.

Nunca soube quantificar meu sentimento, nem dar e receber doses exatas dele como se fosse um remédio que na dose errada se torna droga.

Urgência, urgência.

Nesse quarto escuro com essa música tocando, só lembranças do que eu por vezes duvido que não sejam apenas imagens codificadas pela minha mente fértil.

Não sei como me sinto.
Não sei o que deveria sentir.
Preciso de algo.
Falta algo.
Ausência presente, presença ausente, de novo.
Ocupa espaço e me sufoca.

Essa noite não.



As folhas já cairam e o inverno se faz aqui dentro. 


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(memórias e sentimentos de um dia que não me lembro muito bem só sei que foram intensos, porém passados. escrito em 20.06.2009)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Anagrama

Quatro letras e um sentimento. Seu nome está escrito nas pontas dos meus dedos e tem a mesma quantidade de letras do meu sentir.
Como pode crescer assim com a distância?
Quando a gente lembra de uma pessoa todo dia desde o último é por que gosta mesmo não é? Então eu confesso que tenho uma ótima memória.

Sempre quando chove, eu lembro dos seus olhos, e de como me afogo neles.
Qualquer coisa vai ser só mais um pretexto para dizer que lembro de você, quando na verdade, eu simplesmente nunca te esqueço.